segunda-feira, 19 de novembro de 2018

DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA


Dia Nacional da Consciência Negra foi instituído em 2003 para ser incluída no calendário escolar como efeméride, porém foi introduzida em âmbito nacional, de forma oficial, através da lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011. Esse dia é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira e a data foi escolhida por coincidir com o dia atribuído à morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, em seu primeiro artigo, diz que "todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos…"

Sugestões de vídeos 



Nação/ TVE - Especial Dia das Crianças: "Lápis de Cor"https://youtu.be/XFn6ppXY-fI  


Sinopse: O filme Lápis de Cor aborda a questão do lápis da cor de pele, com o qual as crianças negras não se identificam. O documentário, dirigido por Larissa Santos integrante do movimento de cinema negro Tela Preta, questiona a representação racial no universo infantil e como o padrão de beleza vigente afeta a autoestima das crianças negras.


Vista Minha Pelehttps://youtu.be/JIvjTmQgXOA   

Sinopse: Esse filme trata-se de uma paródia da realidade, servindo de base para discussão sobre o racismo e o preconceito em sala de aula. Nessa  história invertida, os negros são a classe dominante e os brancos foram escravizados. A África do sul e Moçambique, por exemplo, são países ricos, enquanto Alemanha e Inglaterra são países pobres. Maria, menina pobre e branca, que estuda em uma escola particular, graças à bolsa de estudos que tem, pelo fato da mãe ser funcionária da limpeza nesta escola é hostilizada pelos colegas, por causa da cor da sua pele e da posição social. O sonho de Maria é ser Miss Festa Junina da escola, para isso ela conta com a ajuda de Luana, filha de um diplomata que por ter morado em países pobres, tem uma visão mais abrangente da realidade. Vencer ou não concurso não é o principal foco do filme, mas sim a disposição da adolescente em enfrentar essa situação. 

Botas e Cores - https://youtu.be/Ll8EYEygU0o 

Sinopse: Joana tem um sonho comum entre as meninas dos anos 80: ser Paquita. Sua família é bem sucedida e a apoia  nesse sonho, porém Joana é negra e nunca se viu uma paquita negra no programa da Xuxa. 

Pode me Chamar de Nadí oficialhttps://youtu.be/HNmizIrjQKU     

Sinopse: Filme de curta-metragem é baseado em fatos reais, escrito e dirigido por Déo Cardoso, mostra uma menina que consegue superar o racismo. 

Dúdú e o Lápis de Corhttps://youtu.be/-VGpB_8b77U 

Sinopse: Dudu é um menino negro que estuda em colégio particular da classe média de São Paulo. Ele é inteligente, sensível e imaginativo, durante a aula de Educação Artística, a professora Sônia diz para que ele use o lápis que ela chama de "cor da pele" para pintar uma figura humana. a frase desperta no menino uma crise de identidade. Com toda a inocência de uma criança da sua idade, Dudu passa a carregar o lápis em questão consigo para encontrar alguém que possa sanar seus questionamentos. Sua mãe, Marta, logo percebe e resolve ir até a escola da criança tomar satisfações sobre o ocorrido. A professora justifica-se dizendo que falou de forma automática, sem pensar. No meio da discussão, Dudu foge, levando consigo seu "lápis cor da pele". Sua mãe e sua professora passam a procurá-lo desesperadamente. Passa por diversos lugares da cidade até encontrar Madalena, uma antropóloga e curadora de arte. Madalena e Dudu criam uma empatia imediata e mútua e ela, através do seu conhecimento, mostra ao garoto o quanto a raça e a cultura negra são importantes. Madalena conta a Dudu que seu nome (Dúdú) em lorubá significa negro. Dudu identifica-se com as coisas que Madalena diz a ele e desenvolve um sentimento de orgulho por sua raça. Ele resolve que a partir daquele dia não quer que o chamem por seu nome - Eduardo - e sim por Dúdú.

O Xadrez das Cores - https://youtu.be/I2E-wkh-mGw 

 Sinopse:  Curta metragem é dirigido por Marco Schiavon e narra a história de uma senhora branca que fica sob a guarda de uma empregada doméstica negra. A idosa não faz questão nenhuma de disfarçar seu racismo é utiliza o jogo de xadrez humilhar a empregada, mas é justamente o jogo de xadrez que fará com que as personagens produzam reflexões que mudarão as suas vidas.


Canal no YouTube: Papo de Preta, canal que dá voz a mulher negra sobre os mais diversos tema!  https://www.youtube.com/channel/UCvu2MvWjNozGxCdRlY1034Q

 

terça-feira, 22 de março de 2016

O que é pedofilia?

Não se pode falar em pedofilia sem se fazer uma abreviada referência aos desvios da sexualidade, ou seja às parafilias, perturbações da sexualidade que podem ser constantes ou episódicas, que se manifestam através de fantasias ou de condutas recorrentes e que são sentidas pelo próprio como sexualmente excitantes.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Memorial

O presente Memorial tem por objetivo rever a minha caminhada profissional e educacional e tem como propósito a reflexão sobre a minha prática pedagógica, uma vez que estou cursando o Mestrado Profissional em Praticas do Ensino Fundamental, na Universidade Metropolitana de Santos. Esforçarei em tentar destacar algumas das atividades já desenvolvidas e atividades que realizo atualmente. Relembrar a trajetória profissional é sempre uma oportunidade importante, é o momento que paramos para refletir sobre percurso que trilhamos na direção, tanto da nossa realização profissional, quanto da nossa contribuição ao desenvolvimento das instituições e da sociedade das quais fazemos parte. A minha escolha pelo magistério, aconteceu mesmo antes de ter que escolher uma profissão, diria até que ela foi meio que congênita. Desde que me reconheço por gente, recordo dos meus avôs afirmarem que suas filhas eram formadas no curso normal, pelo Instituto Feminino de Educação Padre Anchieta, portanto eram professoras, eles afirmavam isso com orgulho. Era bem pequena, mas me recordo o dia que minha tia me levou à sua escola, foi sem dúvida um dos dias mais significativos da minha vida. Também senti orgulho dela, que saia de sua casa, todos os dias, para ensinar crianças tão diferentes de mim e da minha realidade. A escola que lecionava, no início da década de 1960, era muito longe e para se chegar até lá era necessário pegar um ônibus e depois um trem e ainda andar um bom pedaço em ruas sem asfalto. Minha mãe, apesar de não lecionar, sempre esteve ao meu lado para me apoiar e me ensinar quando era preciso, já que entrei na escola antes um ano antes que todos os meus colegas. Naquela época não havia esse rigor em relação a isso, e como desde que tinha ido à escola que minha tinha tia tralhava não parei de pedir para estudar. Iniciei meus estudos em uma escola católica, no começo da década de 1970, em São Paulo, cidade que nasci. Em 1978, minha família mudou-se para Santos, onde terminei os estudos e me formei no curso do magistério, sempre em escola católica. A minha formação acadêmica, teve inicio em 1982, quando comecei o curso de Graduação em Pedagogia Licenciatura Plena, realizado pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Santos, atualmente a Universidade Católica de Santos. O papel desempenhado pelos professores nas diferentes disciplinas de minha graduação foi fundamental para o meu envolvimento com as questões da didática. Mesmo antes de terminar o curso de pedagogia, ainda no segundo ano do curso, comecei a trabalhar em uma instituição de ensino, particular, como professora da área de matemática, para a 3ª e 4ª série, então influenciada pelo que havia estudado de Aristóteles e da Escola Peripatética, costumava sair com meus alunos, pelo pátio da escola e tentar passar os ensinamentos da matriz curricular da época. Como resultado, fui transferida para a educação infantil, onde trabalhei primeiro como auxiliar de classe e logo em seguida como professora do maternal. Fiquei nessa instituição por aproximadamente três anos. No mesmo período, trabalhei como professora em uma escola do município de Santos, como contratada, como entendi que na minha experiência anterior, não havia tido sucesso, mudei minha estratégia. Tratava-se de uma 4ª série e me recordo que nesse momento, adotei uma postura tradicional, o que Paulo Freire denominou de “educação bancária”, onde apenas transmiti de forma passiva os conteúdos que achava necessário. Fui depositando conteúdos, como alguém deposita dinheiro num banco. Assumi uma postura onde supostamente tudo sabia, onde o aluno era assumido como aquele que nada sabia. Trabalhei ainda em outras duas escolas particulares, e em ambas me comportei de forma tradicional, me senti desiludida com a profissão que tanto havia sonhado. Aquela atitude tradicional, não me agradava, não me seduzia. Resolvi mudar de foco, e me aventurei em novos projetos. Em 1999, fora da educação e motivada pela sede do conhecimento, sentido falta do ambiente acadêmico e escolar, me matriculei no curso de pós-graduação latu senso de psicopedagogia, na Faculdade de Educação, Ciências e Letras Don Domênico, na cidade de Guarujá. Foi aqui que comecei a ampliar o meu repertório com leituras direcionadas ao fazer pedagógico. Na sequência matriculei-me no curso de especialização em psicodrama na SOSAP – Sociedade Santista de Psicodrama, confederada da Federação Brasileira de Psicodrama, onde estudei por dois anos e me graduei em psicodrama. Assim que terminei o curso de psicopedagogia comecei a trabalhar em uma escola que trabalhava com educação inclusiva Foi nesse momento que me deparei com a diversidade. Trabalhei lá por dois anos, sendo que no último assumi como coordenadora pedagógica. A escola tinha da educação infantil até o último ano do ensino médio, foi uma experiência muito prazerosa e interessante. Foi nessa escola que me aprofundei nos estudos sobre o tema inclusão, pesquisei muito sobre muitas temáticas, o que me foi muito útil anos depois. Tive oportunidade de trabalhar de forma mais significativa e menos clássica, mas ainda era muito tradicional. Trazia jogos para trabalhar com as crianças, fazia interferências durante as aulas. Como tinha alunos de níveis diferenciados, sempre tentava trabalhar com atividades diferenciadas. As classes eram pequenas com cerca de quinze anos no fundamental I. Em 2000 prestei o concurso público em Santos, para concorrer a uma vaga de professora efetiva do ensino fundamental e em 2001 prestei concurso público para professora efetiva na cidade de Praia Grande. Com os conhecimentos que adquiri, durante o curso de psicopedagogia, consegui ser classificada e depois de dois anos estava começando o meu novo trabalho. Assumi primeiramente o cargo na prefeitura de Praia Grande, onde trabalhei com uma 1ª série. Talvez tenha sido uma das minhas piores experiências. Peguei uma classe de 1ª série e não tinha experiência em alfabetização, logo tive muitas colegas para me ajudar, mas o que elas me propunham para fazer nada mais era do que a cópia da cartilha, desatualizada. O pior que nem eu havia estudado com aquela cartilha. Não conseguia por em prática as teorias de Emília Ferreira, por falta de experiência. E não me identificar com aquele método tradicional, no qual as nove professoras das classes de 1º ano trabalhavam. Novamente me senti fracassada, estava sem referencial teórico. Felizmente fui chamada na prefeitura de Santos, e por problemas de horário me exonerei da Praia Grande. Comecei a trabalhar em uma escola perto de casa e lá peguei uma 3ª série, onde pude trabalhar com atividades como jogos, filmes, confecção de fantoches, teatro e técnicas psicodramáticas. O psicodrama tem como base a teoria de Moreno. E foi essa teoria que por muito tempo me orientou no meu fazer na escola, tanto como professora tanto como equipe gestora, como atuo atualmente. Em 2004, tive uma pequena experiência como assistente de direção em uma escola da prefeitura de Santos. LEMA DO PSICODRAMA Um Encontro de dois: olhos nos olhos, face a face. E quando estiveres perto, arrancar-te-ei os olhos e colocá-los-ei no lugar dos meus; E arrancarei meus olhos para colocá-los no lugar dos teus; Então ver-te-ei com os teus olhos e tu ver-me-ás com os meus. Jacob Levy Moreno Motivada em compreender o processo ensino aprendizagem, realizei a matricula nos cursos de pós-graduação. em Educação Especial em DV, DF, DI, DA, Faculdade São Luiz, Jaboticabal, concluído em 2005 e no curso de Pós-graduação em Direito educacional, UNIG, Rio de Janeiro, concluído em 2005. Essas pós-graduações foram significativas na minha formação, na medida em que me ofereceu subsídios para ampliação de conhecimentos no campo da educação. Sempre sonhei em lecionar para o curso de magistério e no ano de 2005 tive a grata surpresa em ser seleciona para trabalhar no curso do Magistério da UME Acácio de Paula Leite Sampaio. Lá desenvolvi um trabalho baseado na teoria de Moreno e com muito estudo durante as reuniões. Fiquei trabalhando por dois anos naquela escola, saindo de lá para trabalhar no Estado, após concurso público. Trabalhei por três anos nas escolas de ensino fundamental das cidades de Guarujá e Diadema. Sempre com um olhar holístico, que tem como base os quatro os pilares básicos da Educação para o século XXI: são Aprender a fazer; Aprender a conhecer; Aprender a ser; Aprender a viver juntos, que é a base dos PCN´s. Visão essa que passava para os meus professores nas escolas da prefeitura de Santos, que trabalhava comitantemente, como equipe gestora, ora como coordenadora pedagógica, ora como orientadora educacional. Em 2010, por motivos particulares acabei desistindo do cargo de professora, da rede estadual de ensino, ficando apenas na rede municipal onde substituía no cargo de orientadora educacional. Trabalhava em uma comunidade de pescadores e agricultores, num pedaço de terra entre a rodovia BR-101, e o Canal de Bertioga, na área continental de Santos, perto do Distrito de Vicente de Carvalho, e a meio caminho da cidade de Cubatão. Essa comunidade não tem padaria, farmácia ou supermercado e a correspondência não chega à boa parte das casas. Nos quatro anos que ali trabalhei, realizei um trabalho com as famílias, fazia encontros quinzenais, onde trabalhava com jogos dramáticos e com jogos cooperativos. Procurei me aliar com o pessoal da Unidade Básica de Saúde e com a assistente social responsável, o que foi muito bom, pois conseguimos unir esforços para trabalhar com as famílias daquela comunidade. Junto com a UBS, agendava consultas médicas para os mais diversos casos e quando a consulta era na área insular, conseguia os passes para que os responsáveis levassem os meus alunos. Quando um aluno faltava e não justificava, ia junto com a assistente social, verificar o que estava ocorrendo, com isso criei vínculos com aquela comunidade o que me ajudou muito no trabalho de orientação. Lembro-me que andava pelos estreitos caminhos, onde de um lado era possível ver os mais diversos tipos de casas construídas nas encostas do morro e do outro lado o Canal de Bertioga. Nessa comunidade a família era o meu alvo, pois era comum a família inteira estudar na única escola do bairro. A escola tinha desde educação infantil, ensino fundamental I, ensino fundamental II, uma classe de educação de jovem e adulto e outra de alfabetização, do Projeto Parceiros do Saber. Em 2012, vim trabalhar em uma educação infantil, localizada em um dos melhores bairros de Santos, com famílias oriundas de classe média e que não apresentava muitos problemas sociais. Acabei focando o grupo de professores, que eram antigos da casa e por isso mesmo muito coeso. Trabalhei aquele ano mais em conjunto com a coordenadora pedagógica, dando suporte nas reuniões pedagógicas e depois junto com uma professora que trouxe uma proposta de se trabalhar com as famílias. Em 2013 e 2014, passei a trabalhar na maior escola de educação infantil, onde o público alvo era a comunidade do maior e o mais antigo conjunto habitacional do país. Aquela comunidade guarda uma história de muitos problemas e luta. Pois esse foi o primeiro conjunto popular construído pelo Banco Nacional da Habitação, embrião do sistema mutuário no País. A escola tem vinte classes de período integral sendo que as classes vão do berçário I até a pré-escola. Meu trabalho, nessa instituição era voltado ao cuidado dos bebês e da orientação aos pais a respeito desses cuidados. Aprendi muito, pois se tratava de um fazer que não conhecia. Atualmente, estou em outra unidade de educação infantil, porém bem menor, com sete classes de período integral, com características parecidas com a outra, porém em uma comunidade de excluídos, pois algumas das famílias moram em lugares precários, como a região do Mercado Municipal, em alguns morros da redondeza e do centro da cidade. Meu fazer aqui também tem sido o de orientação aos pais a respeito desses cuidados.

sábado, 22 de outubro de 2011

O papel do professor e dos pais e a motivação dos alunos

“Diz-me e eu esquecerei,
Ensina-me e eu lembrar-me-ei,
Envolve-me e eu aprenderei”,
Provérbio chinês
O papel de um professor é variado, complexo mas motivador. Pretende-se que um
professor seja inovador, dinâmico, comunicativo, crítico e “eficaz.” Ele deve ensinar mas
também educar, transmitir conhecimentos mas também incutir métodos, instrumentos
de trabalho e alguns valores fundamentais nos alunos, como, por exemplo, a
compreensão e o respeito pelo outro, a entreajuda ou a responsabilidade. E ainda
desenvolver o espírito crítico, a reflexão mas também a criatividade e a curiosidade em
termos de aprendizagem.
Entende-se que o professor proporcione um ensino motivador, que permita a
construção da aprendizagem dos alunos e que transforme o saber em saber fazer.
Mas como é que se desenvolve a motivação do aluno?
Primeiro, pensa-se que é necessário estabelecer um bom relacionamento entre o
professor e o aluno. O professor tem então de preocupar-se sobretudo com os seus
alunos e com uma gestão equilibrada da sala de aula e menos com o cumprimento do
programa. E, para isso, é então imperativo criar uma real empatia, usando o diálogo, a
interactividade. Valorizam-se então algumas qualidades humanas do professor como a
simpatia, o carisma, a sensibilidade ou ainda o sentido de humor.
Por outro lado, ele deve igualmente procurar estratégias de trabalho inovadoras,
actividades diversificadas e materiais apelativos para as suas aulas, de forma a suscitar
o interesse e motivar a participação dos alunos, facilitar a sua aprendizagem e alargar o
campo dos seus conhecimentos. Mas nem sempre lhe é possível alcançar os seus
objetivos, nem responder às expectativas de todos os alunos, o que transmite um
certo sentimento de frustração.
Por isso, cabe-lhe atualizar e aperfeiçoar os seus conhecimentos e debruçar-se
sobre o seu desempenho pedagógico, modificando ou corrigindo a sua atuação. O seu
papel é de grande responsabilidade e o processo educativo exige uma profunda reflexão
e uma grande disponibilidade, para poder apoiar os alunos, em particular os alunos com
necessidades educativas especiais ou com comportamentos inadequados e
perturbadores.
Mas todo este processo deve ser partilhado com os pais porque a educação e a
aprendizagem não podem ser reduzidas ao contexto escolar. A escola e o professor não
podem atuar isoladamente, devem dividir responsabilidades com a família do aluno. A
relação construída com os pais favorece o contacto, a troca e uma educação/aprendizagem significativa. Esta articulação entre a escola e a vivência dos
alunos é realmente necessária. O professor precisa de conhecer os seus alunos para ter
em conta as histórias de vida de cada um e, desta maneira, estar mais próximo deles e
criar aulas enriquecedoras.
A educação está a atravessar uma certa crise. Verificamos que os alunos não
estão concentrados nem motivados e nem sempre demonstram prazer em aprender. E,
quando apuramos responsabilidades, normalmente a culpa recai sobre o aluno, que não
estuda e o próprio professor, que não motiva ou as matérias, que não são atrativas ou
não estão adaptadas à realidade profissional. Por vezes, recai sobre os pais, que não
acompanham suficientemente os filhos. Mas talvez não seja culpa de nenhum em
particular ou então talvez seja de todos ao mesmo tempo…
As causas principais, a meu ver, ultrapassam o âmbito escolar e advêm, por um
lado, do sistema social que temos construído. Valoriza-se a vida fácil, os bens de
consumo, uma certa superficialidade, em detrimento do trabalho, da dificuldade, do
esforço e do mérito. No entanto, é sabido que sem estudo ou sem trabalho não se
consegue alcançar o sucesso.
Por outro lado, não podemos deixar de referir também que os jovens sentem uma
grande preocupação em relação ao seu futuro profissional. E, talvez numa reacção de
defesa, optam pela facilidade e ficam-se pela rotina escolar, perdendo confiança nas
suas capacidades e interesse pelas aulas.
É urgente regressar ao trabalho, ao esforço, construindo projetos estimulantes,
enriquecedores, adequados às experiências de vidas e que permitam uma aprendizagem
significativa dos alunos.

O PAPEL DO PROFESSOR E DO PROFESSOR ALFABETIZADOR

"Ser professor hoje significa garantir o desenvolvimento de todo o potencial das novas gerações"
Viviane Senna

Cristiane Giusti Vargas Nakajima

Convido vocês para que pensem sobre o “papel do professor” em nossa atual sociedade. Vamos primeiramente analisar as palavras que compõem essa termologia.
Segundo o dicionário Houaiss, o termo papel é um substantivo masculino e tem como significado o “dever, a obrigação legal, moral, profissional ou atribuição, função que se desempenha ou cumpre”. Já a palavra professor, que também é um substantivo masculino, tem como significado “aquele que professa uma crença, uma religião ou ainda aquele cuja profissão é dar aulas em escola, colégio ou universidade; docente, mestre, aquele que dá aulas sobre algum assunto, matéria ou tema”. Tais definições traduzem bem o pensamento pedagógico que vigorou até pouco tempo atrás. Mas e atualmente?Qual o verdadeiro papel do professor?
Para alguns teóricos, o significado de papel é muito mais amplo. É toda a função, seguida de um conjunto mais ou menos característico de comportamento próprio para aquela função que se desempenha em um dado momento de sua vida (HANDY, 1978).
A todo o instante estamos desempenhando diversos papéis; de pai, filho, esposo(a), vizinho, esportista, torcedor, professor, aluno, entre outros. Apesar de sermos sempre a mesma pessoa, em cada situação há uma característica, uma forma de ser que nos diferencia das demais. Embora haja algo de constante nas pessoas em diferentes situações, a forma de ser no papel de pai, não é a mesma quando se desempenha o papel de filho, e o mesmo ocorre com o papel de professor, que difere do papel de aluno ou, ainda, quando se assiste ao seu esporte favorito, e assim por diante.
Após breve reflexão, podemos compreender que o tipo de papel que uma pessoa pode desenvolver, frente a uma determinada situação, será definido pela combinação das suas características de personalidade e pelas expectativas de papel que o ambiente psicossocial que a cercar tem em relação ao papel que a pessoa deve desempenhar. Alguns papéis têm uma determinação cultural mais ou menos rígida e clara, como, por exemplo, o do professor.
O papel de professor foi mudando ao longo da história: daquele que professa uma crença, passou a ser o eterno aprendiz. A ação de ensinar e aprender são essenciais para o desenvolvimento e perpetuação da natureza humana. Mas quais os fatores prioritários para o desenvolvimento dessas capacidades?
São três os fatores que influem no desenvolvimento dessas capacidades: primeiro, a atitude de querer aprender. O segundo fator diz respeito às competências e habilidades, o que poderíamos chamar, simplesmente, de desenvolvimento de aptidões cognitivas e procedimentais. O terceiro fator refere-se à aprendizagem de conhecimentos ou conteúdos.
Em tempos modernos, quando o professor se percebe como um indivíduo em contínua aprendizagem, ele muda a relação que tem com o saber. Mas não é só isso: ele precisa voltar a ser aluno para aprender a ensinar por outra perspectiva. Saber ensinar é tão importante quanto saber aprender. Ensinar é desenvolver estratégias de aprendizagem. É vivenciar diferentes papéis.
O que é alfabetização? Qual a sua principal função na sociedade contemporânea? Atualmente o que significa ser um professor alfabetizado?
“Alfabetização é o processo pelo qual as pessoas aprendem a ler e a escrever. Entretanto, esse aprendizado vai muito além de transcrever a linguagem oral para a linguagem escrita. Alfabetizar-se é muito mais do que reconhecer as letras e saber decifrar palavras. Aprender a ler e a escrever é apropriar-se do código lingüístico-gráfico e tornar-se, de fato, um usuário da leitura e da escrita.” (CAGLIARI, 1989).
Os Parâmetros Curriculares Nacionais vêem a língua como um sistema de signos histórico-sociais que possibilitam ao homem significar o mundo e a realidade. Deste modo, aprendê-la é aprender não apenas em palavras, mas também aprender seus significados culturais e, com eles, os modos pelos quais as pessoas do seu meio social entendem e interpretam a realidade e a si mesmas. E esse aprendizado nunca se encerra, é um processo contínuo e que se prolonga pela vida toda.
Por linguagem, entendemos o procedimento de interlocução que se exerce nas práticas sociais existentes nos diversos grupos de uma sociedade. Interagir pela linguagem constitui falar alguma coisa a alguém, de certa forma, num determinado contexto histórico e em determinadas circunstâncias. Pela linguagem é possível promulgar idéias, pensamentos, estabelecer relações interpessoais anteriormente inexistentes e influenciar os outros, modificando as representações que fazem da realidade. É na interação social, condição de desenvolvimento da linguagem, que o individuo se apropria do sistema lingüístico.
Baseado na diversidade de textos que circulam socialmente e como o uso eficaz da linguagem deve atender às necessidades pessoais de cada momento histórico, o professor alfabetizador passou a ter como objetivo primordial garantir a aprendizagem da leitura e da escrita em um universo mais amplo. Esse é o atual papel do professor alfabetizador.
Ensinar é mais que passar informações, é compartilhar objetivos, tarefas, significados e conhecimentos. É preciso compreender como os alunos aprendem, aproximando-se dos conhecimentos que eles têm para poder ajudá-los a se aproximarem dos objetivos propostos.
No tocante à relação ensino-aprendizagem da língua escrita, é importante que o professor tenha em mente que:

1. Aprende-se a ler e a escrever, lendo e escrevendo, observando outras pessoas fazendo o mesmo, tentando e errando, sempre orientados pela busca do significado ou pela necessidade de produzir algo que tenha sentido.
2. Muitos são os caminhos para se construir noções adequadas sobre o código escrito e para se tornar um leitor eficaz.
3. Devemos considerar e aproveitar os conhecimentos que a criança já possui a respeito desse sistema de escrita.
4. O ensino da leitura deve garantir a interação do significado e da função da escrita com a criança, como meio de construir conhecimentos necessários.
Outro fato importante é que o professor reconheça a função social da escrita e que consiga passar isso para o seu aluno. A língua escrita tem funções variadas e dominá-las proporciona ao usuário condições de exercer efetivamente sua cidadania, pois, por meio dela, ele poderá:
1. Obter informações por meio de leituras como jornal, livros, revistas e internet.
2. Consultar lista telefônica, livros de receitas e manuais sobre o funcionamento de eletrodomésticos.
3. Ler bula de remédios, conferir extratos bancários, organizar listas de compras, de convidados etc.
4. Verificar preços de produtos e conferir os prazos de validade dos alimentos perecíveis.
5. Observar mensagens de placas de sinalização.
6. Conhecer as ofertas de produtos e serviços anunciados em folhetos e outdoors.
7. Localizar endereços em guias de cidade etc.
E muito mais coisas, pois ao trabalhar a escrita é muito importante discutir com os alunos os diferentes usos e funções que ela desempenha na sociedade. O professor tem papel importante na condução do trabalho, pois deverá orientar o aluno na busca da clareza e objetividade do texto, para atingir com eficácia o seu interlocutor.

Referências
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e lingüística. São Paulo: Scipione, 1989.
HANDY, C. B. Como compreender as organizações. Tradução Helena Maria Camacho Martins Pereira. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento, um processo sócio-histórico. São Paulo: Scipione, 1993.
PERRENOUD, Philippe. Dez competências para ensinar. Tradução Patrícia Chittoni Ramos. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.
SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. Tradução de Cláudia Schilling. Porto Alegre: Artes Médicas,1998.

domingo, 16 de outubro de 2011

Voluntariado

"O voluntariado que nasce do encontro da solidadriedade e da cidadania, não substitui o estado e nem compete com o trabalho remunerado, mas exprime, isto sim, a capacidade da sociedade de assumir a responsabilidade e agir por si mesma"
Ruth Cardoso

DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA

O  Dia Nacional da Consciência Negra  foi instituído em 2003 para ser incluída no calendário escolar como efeméride, porém foi introduzida...